30.1.09

o trompete que ouço me deixa livre
e choro porque sei da minha profunda vontade de ser
bem mais ... mais
mas...


*

quer sim ser creme como aquele que vem no café, suave leve macio gostoso pro paladar.
é ritmo é doce é ininteligível. é. basta.

*

você se transformou numa assombração
me persegue todos os dias
minhas palavras
meus suspiros
meu olhar

*

não diria aos meus netos o campo de possibilidades que existe ao homem - def.: ser finito, fraco, mesquinho - de ser importante pra alguem na vida - def.: circuito, linha, corrida [pro mais capitalistas] - sem justificativa no amor - def.: (?) .

ps.: acho que nem na minha terceira geração saberei defini-lo.

*

é como quase outra esfera
a pergunta que não se responde por si
essa necessidade possuida de não ser acompanhada
ser solta entre aspas
pertencer a si só

*

curto capítulo I

era um fim meia boca, diferente do começo que parecia ser romance de filme francês. as bocas mexiam-se pouco ao contrário dos olhos que movimentavam-se rapidamente fugindo um do outro. ele pediu algo leve e ela bebeu agua e ouviram conversas alheias e não sentiram gosto da comida só a secura e o amargo de um fim já pronunciado desde o começo. sabiam ambos que não combinavam, possuiam na verdade alguma afinidade - pouca bem pouca. não há motivo pra tristeza ou assombro, concordavam entre si, sentiam era uma pontinha de descontentamento já que acreditaram por alguns dias que surpreenderiam-se um com o outro. não era o beijo que tinha gosto, era a vontade dela que dava gosto a ele e ensinara-lhe em tão curto tempo as destrezas das relações. sofreram um bocado só porque eram egoistas o suficiente para pensarem nos próprios umbigos e me deram uma boa estória para contar e aos senhores para ler.

18.1.09

e estou a diluviar...

nunca alguem me viu de verdade, mais por falta de permissão do que desinteresse compulsório. aqueles que tentaram correram de mim no segundo instante de contato ou intrusão, porque é assim que tanta gente se esvai de minha companhia. não é reclame ou lamúria, é fato. insolente fato. pouco comovente e mais animador que não pareça ser. a poesia que se faz nesses casos é destoada de sentimento ou brilho de luz, é muitas vezes escura, embaraçosa ou desfocada. por isso o isolar o peito das intensidades reservadas a ele é cogitado varias vezes ao dia, mas nem sempre respeitado. o orgulho é maior e a falta de prazer fala mais alto.

pessoas orgulhosas desfazem as malas mais rápido.
as sentimentais nunca as desfazem.

expressão de carater bom falta àquelas primeiras e é de sobrar nas ultimas, assim dizem os mais velhos. só que falar demais por entrelinhas é como dizer nada porque por falta de sabor até as linhas mais escritas e bem escritas se perdem no leitor que à espera da compreensão se vê desiludido, decapitado, desrespeitado quando não a tem (digo, a compreensão).

respeito falta aqui. e lá. e nem mais posso reclamar.

aquele gosto de morango macio, delicado e do sorvete de creme que deixou no meu peito por vezes sobe aos lábios e a lingua tenta e não consegue sentir o prazer que foi insatisfeito por um lado. porque assim deveria ter continuidade mas por horas ele se corroeu ou correu de mim.
agora proponho que as belezas sejam corriqueiras. nem pai nem mãe podem assumir o erro, nem eu, voltar atras. costumo receber os elogios teus como fontes de rejuvenescimento, já que apesar da pouca idade e pouca experiencia, sinto o tempo passar tão passatempo que ao olhar pra ontem as rugas brotam no rosto. não é culpa de ninguém. nem minha. suplico nem piedade nem carinho, poucos são os momentos que construídos por bem prazer ou prazer bom desfumaçam os sonhos de meia moça. meia moça sim. um pouco pudica. mas sem vergonha no pior sentido do termo. sem mais ou mas e poréns. só o vento do ventilador gigante que refresca o corpo seja da temperatura do mundo ou da cabeça. escrevo pra ninguem e publico pra mim. disfarço a vontade de leitura de alguens e exponho pouco a pouco o diluvio que não é tão santo como o de noé, mas é tão intenso quanto [que pode afogar ou mesmo matar]. é foda esse final.




ps.: não voltei a escrever. é só uma recaída. tenho direito a algumas.

7.1.09

é fim.
é bom guardar coisas aqui.
é assim, tem momentos melhores que esse. tem textos ou poesias, ou prosas por aí.
é, prefiro agora esconder ao guardar.
e posso fazer isso.

faço outro

outro dia,
talvez.
até
talvez,
outro dia.
é uma dor grande que bate aqui
só agora percebo o quanto vulneravel é se ver pequeno
porque é assim que me sinto e juro não é tão bom quanto dizem por aí.

se é que existe reciprocidade em qualquer relação, comigo ela nunca é presente
nunca é presente também o bem estar que tanto gosto
uma vez ou outra ele vem e é culpa unicamente minha essa situação

sentir-se assim é doído demais
e não querer sentir-se assim é natural.

e escrever assim é pobre, é porco. é sujo. nem mais aqui apareço.
poucas vezes sou sincera comigo mesma

2.1.09

não vou dizer nada a ninguem
[nem a você]
aquela cor dos olhos que falta aos que não amam apareceu hoje
[e ontem]
o engano é pensar que amanhã será melhor
[o melhor é ñ pensar]