29.10.09

refiro-me a minha ingrata maneira de ver como o consumo que empreendo de livros perpetuam minha ignorância

fajuta ignorância.

28.10.09

devo lhe revelar algo que escondo até de mim na frente do espelho.

mas antes argumento que minha narrativa pode se confundir com medo e esperança de entregar a alguem mais do que belas palavras, porque palavras, como já sabem alguns espertos seres, são sentimentos... sim, elas são índices.

essas palavras guardam uma relação de continuidade com meus sentimentos, com meus prazeres, desejos e sonhos, é como se cada sílaba e até os erros de concordância fossem produtos de estímulos sensoriais bem específicos, reais, sentidos e expressos em sinais de pouca compreensão.

lamento por tanto que há ainda para dizer, por que nas idealizações dos modos de agir que delimito ao meu espirito, os silêncios diriam mais e melhor; contudo percebo que isso é um engano inventado por mim nos dias de mais solidão, quando me percebo misturada entre tantos barulhos, sorrissos, fumaça de cigarro e cheiro de bebida.

essa é a intenção de se perder entre os mundos que se tocam em mim mas não consigo torná-los congruentes. fascínio talvez pela possibilidade de ser várias em lugares diferentes em intervalos curtos de tempo.

foi assim numa dessas personagens que saí pra rua para beber temporais e tornar-me nuvem pesada e cinza, como a da tarde de ontem.

de outra maneira, escrevi poesias para um amor que um dia pensei dar a você, porque juro que compreendia os fatos como acasos, e eventos como coincidências. hoje vejo como uma pura forma de manter a distância mínima entre nós, entre, na verdade, um nós que havia nas palavras desse blog, nos olhares que oferecia aos seus, nas tardes em uma cama ou entre os braços que meu corpo era envolvido em poucas noites do ano. refiro-me a uma vontade de dar ouvido às argumentações, às músicas, às leituras que fazem de você o que é.


mas uma outra pele tornou seu tempo como meu ou o meu tempo como o dela. foi como brincar na lama com as unhas feitas, sapatos novos, de salto alto; foi uma felicidade banal.

ao voltar aqui, ao mesmo lugar, não posso adimitir que já não o quero mais, porque quero. porém os pensamentos e a felicidade calmante que experimentei me alimenta o plano de ação que é não ser mais de outro que não se dispõe a receber de bom grado o que de bom grado lhe é oferecido.

23.09.2009
Escrevi hoje trezentas palavras
o intuito era aquecer seu peito [em favor do meu]

14.10.09

escrever tornou-se uma guerra pra mim,
talvez sempre tenha sido
mas apenas hoje percebi que
meus prazeres são incapazes de conviver com minha paz.