31.3.08

Meu amigo encontrou um tema para sua monografia:
" a relação entre o campeonato carioca de 1926 quando o São Cristovão foi campeão e a Revolução de 1930".
Disse ele:
- Encontrei uma razão para minha vida!

Que a sorte esteja do seu lado...
paixão desaprovada

hoje quando acordei foi como se um novo mundo estivesse se formando diante de meus olhos. não tenho como escapar dessas palpitações, da boca seca, do calor das mãos, meus olhos até quando não quero se encontram com os seus... isso já aconteceu comigo... sei exatamente o que é e juro que não queria que fosse o que é.

26.3.08

É Verdade

Eu fico muito puta e histérica e dano a chorar desesperadamente quando me falam que não existe verdade. É claro que todo o discurso é bonito, é relativista, é humanitário, é envolvente... é uma merda.

Esse papo pós-moderno as vezes não desce. E meu conforto é saber que não estou sozinha nisso.
Uma área onde isso é debatido e muito é no cinema-documentário. A áurea de verdade que envolve o gênero é forte demais e apesar de não faltar gente dizendo que a verdade não existe, ela fica ali, acorrentadas nos nossos pés, perseguindo as mentes e deixando nossos miolos com cheiro de quiemado.

Definir um filme como documentário ou etnográfico passa por esse fio condutor da verdade que nessa era pós-modernidade tão aclamada e aplaudida perde todo significado.
A palavra soa desacreditada nesse contexto e para isso a substituíram por outras, “fidelidade” é uma ótima substituta. Fazer cinema-documentário envolve o pesquisador-realizador e o objeto-personagem, numa relação conturbada onde o que se quer é afirmar, mostrar, dizer.
Nesse cenário o que seria a verdade da pessoa, passa ser a fidelidade ao personagem. O que seria a verdade do realizador é renomeado como construção que envolve relações de poder. O que vivemos hoje na área de realização de filmes com o viés antropológico é o intimo conflito entre o que se pretende fazer: filme ou pesquisa.
Por que devemos escolher tão rigidamente?
Será que são tão diferentes assim?

E já que todos é possuidor de sua verdade, a minha é essa: o filme é etnográfico quando a experiencia da filmagem é feita com olhar antropológico, e para isso não é necessário anos a fio em pesquisa, nem formação em ciências sociais, mas a importancia que é dada ao olhar e acima de tudo ao ouvir.

Por mais que seja convincente a sua não existencia, mas a pluralidade dela a "verdade que não é verdade" decepciona, me calo, escuto e me deixo concordar, mas é deprimente caminhar numa terra que não é de ninguem.

Antropologia Visual, alguém quer saber?

Depois da dita experiência tentei escrever alguma coisa sobre antropologia visual e confesso que ainda tenho muito pra ler, aprender, relembrar...
Minha idéia era dizer que olhar para o passado e buscar referencias anteriores daquilo que é filme etnográfico, faz perder toda discussão que envolve uma definição da disciplina e sua formação. É mais interessante pensar que a antropologia visual nasceu "agora", depois dessas tantas experiências que fracassaram, sim fracassaram no sentido de que aquilo não era antropologia, não era nada mais que experiencias que hoje a disciplina se aproria delas.

Mais que isso é ilusão acreditar numa antropolgia visual com seus primórdios ainda no século XIX. Nossa referencia de documentário com fio etnográfico, é Nanook of the North, mas amigos aquilo não tem nada de etnográfico. Flaerthy fazia cinema, tinha todas aquelas preocupações do que era melhor para o filme, e não se estava fugindo do que era real, da verdade, da pessoa...



A idéia é deixar claro que antropologia é sim uma "coisa" recente.
Tenho medo de estar pecando por não conhecer tão bem a história da disciplina apesar de ter lido quase todos os textos principais de antropologia visual.

Por que querer revogar essa bagagem histórica da antropologia visual já que ela não existe?

20.3.08

tudo, uma coisa só

Hoje eu tive uma puta experiência...
Idéias estão brotando e minha cabeça quase estourando de tanta coisa que tenho pra escrever.
"cinemadocumentáriofilmeetnográficosantiagoobejtodistanciajoãomoreirasalleseduardocoutinhoaoutorpoderfidelidadeforadofilmedentrodofilmepessoapersonagem"

18.3.08

Sem título V

------------------------------------------------------------------------


Análise

Estou profundamente decepcionada comigo:
Descobri que tenho um distúrbio,
Sofro do "mal de porralouquice".


-----------------------------------------------------------------------

Por algum instante muitas situações se fazem numa só e o horizonte que se apresentava como infinito se perde no olhar e tudo parece ser o fim.

----------------------------------------------------------------------


Tenho que confessar:
sinto inveja de você
e não importa o que você faça
até seus erros parecem melhores que os meus
os acertos nem os menciono ou corto os pulsos e não termino essa tentativa de fazer algo sozinha
Porque até escrever se resume na inveja que sinto


------------------------------------------------------------------------


Nuvens magoadas

As mágoas que carrego no peito são como nuvens
algumas vezes são escuras,

outras se desfazem,
mas a maioria delas vão com o vento...


-----------------------------------------------------------------------



15.3.08

sem título II

Eu preciso de alguem muito específico. mas definitivamente não
o encontrei. nesse caso resolvi descaracterizar um pouco e aceito
agora alguem que me faça rir, que seja mais inteligente que eu e
que me magoe às vezes [é cansativo só você ter esse papel]. pode
ser alguem que me envolva, que jogue os braços por cima de mim
mas que me deixe apoiar a cabeça sobre seus ombros, que ache
meus pés lindos [ou minta pra mim dizendo que eles são], mas
preciso de alguem que me arrombe, não me pergunte muito, faça
com jeito, com vontade, e que não fale de amor nessas horas, que
me deixe pensar no nada, que não se importe com minha boca aberta
e meus cabelos desarrumados. preciso de um lábio que em movimentos
leves me fale palavras melosas no canto dos ouvidos. é claro que preciso
de amigos, mas esses tambem tem linhas especificas, a preferência são
aqueles que me tirem da cama, me façam pular janelas, me afastem da
monotonia, do meu mundo morto,que me vire pelo avesso
[mas me respeite quando estiver no direito ], que passe por cima de mim
em alguns momentos, que falem verdades que não quero ouvir
[se alguem me ensinar] mas que ouçam as que eu falar
[eles devem já ter aprendido ouvir], mas acima de tudo que escutem
meu silencio, compartilhem sua paz,
que me abracem sem eu pedir nem peçam pra me beijar.
__________________________________
Estou entediada,
minha loucura salta aos olhos
e minha boca seca se corta com o frio.
__________________________________

11.3.08

Os melhores filmes do ano

De 11 a 27 de março , acontecerá no CCBB mais uma edição da mostra Os melhores do ano.

A entrada não é gratuita (rsrs) e, em cinco das sessões, haverá debate após a projeção, sempre com a participação de dois críticos e um convidado especial.




Segue a íntegra da programação:

Terça, 11
17h30 – A VIDA DOS OUTROS (137 min.)
Após a sessão, debate com o escritor Jorge Mautner e os críticos Luiz Fernando Gallego, Marcelo Moutinho (mediador) e Mario Abbade

Quarta, 12
15h30 – JOGO DE CENA (103 min)
17h30 – SANTIAGO (80 min)

Quinta, 13
15h – A CONQUISTA DA HONRA (132 min)
17h30 – CARTAS DE IWO JIMA (141 min)
Após a última sessão, debate com o músico João Barone, especialista em Segunda Guerra Mundial, e os críticos Leonardo Luiz Ferreira, Marcelo Janot (mediador) e Ricardo Largman.

Sexta, 14
15h30 – A RAINHA (103 min)
17h30 – MARIA ANTONIETA (123 min)

Sábado, 15
19h – A VIDA DOS OUTROS (137 min)

Domingo, 16
16h30 – RATATOUILLE (111 min)
18h30 – MEDOS PRIVADOS EM LUGARES PÚBLICOS (120 min)

Terça, 18
15h30 – MARIA ANTONIETA (123 min)
17h40 – A RAINHA (103 min)
Após a última sessão, debate com a historiadora Mary Del Priore e os críticos João Marcello F. Mattos, Marcelo Janot (mediador) e Ricardo Cota.

Quarta, 19
15h30 – RATATOUILLE (111 min)
17h30 – MEDOS PRIVADOS EM LUGARES PÚBLICOS (120 min) Após a última sessão, debate com o chef Roland Villard e os críticos Daniel Schenker Wajnberg (mediador), Pedro Butcher e Rodrigo Fonseca.

Quinta, 20
15h30 – SANTIAGO (80 min)
17h30 – JOGO DE CENA (103 min) Após a última sessão, debate com os diretores Eduardo Coutinho e João Moreira Salles, o montador Eduardo Escorel e os críticos Carlos Alberto Mattos (mediador) e Maria Sílvia Camargo.

Sábado, 22
19h – TROPA DE ELITE (118 min.)

Domingo, 23
16h30 – CARTAS DE IWO JIMA (141 min)
19h – A CONQUISTA DA HONRA (132 min)

Treça, 25 - 17h30 – TROPA DE ELITE (118 min)
Após a sessão, debate com o diretor José Padilha e os críticos Gilberto Silva Jr., Ivana Bentes e Susana Schild (mediadora).

Quarta, 26
HOMENAGEM A BERGMAN E ANTONIONI
15h30 – MORANGOS SILVESTRES (91 min)
17h30 – O PASSAGEIRO – PROFISSÃO REPÓRTER (121 min)
Após a última sessão, o crítico Ely Azeredo recebe homenagem por seus 50 anos de crítica de cinema e conversa com o público, ao lado de integrantes da ACCRJ.

Quinta, 27
15h30 – O PASSAGEIRO – PROFISSÃO REPÓRTER (121 min)
17h30 – MORANGOS SILVESTRES (91 min)

9.3.08

O moço, a moça e o fim

(Silêncio)

- Você quer saber de uma coisa? estou extremamente cansada.

(a moça)

Ela nem esperou ele responder um sim, o que ela fez foi apenas chamar sua atenção pra então falar aquilo que queria.
É assim que a coisa funciona, não adianta você dizer logo o que sente, uma frase anterior sempre faz o papel de chamarisco da causa. Imagina se apenas tivesse dito a segunda parte? Com certeza ele não a escutaria e ela teria que repetir e algumas pessoas não gostam de repetir o que já disse, ela é assim. Ela é mais, ela não fala muito, ela pensa muito e ela só desabafa assim.

(o moço)

Ele sabia daquilo e não gostou da estratégia dela de usar aquela pergunta para só depois falar do cansaço, se ela não tivesse feito aquilo ele poderia perguntar "-o que?" ela não repetiria seu desabafo, no fundo ele a conhecia muito bem, no fundo ele não queria escutar aquilo, no fundo ele a amava bastante para começar ali o fim.

(fim)

Não adianta, chega um momento que o gosto do beijo muda, a saudade deixar de fazer presença, a falta não é sentida, os olhos fogem, e a boca não fica mais seca e o coração não bate mais forte.

(a dor da moça)

Esses são os sinais que ela identificou como sendo os de "deixar de amar".

(a dor do moço)

Na verdade ele tambem os identificou, mas como sinais de "deixar de ser amado".

3.3.08

sem título IX

------------------------------------------------------------



Sabe aqueles testes de personalidade? É, eu fiz um algum tempo atrás,ele foi tão importante pra mim que nem lembro exatamente o resultado do bendito.
Mas hoje conversando com um amigo no telefone ele me disse que fazia esses testes e um certa vez deu um resultado pesado: ele tinha vontade de manipular as pessoas, se tivesse uma "boa índole" tudo bem, saberia lidar com a situação, se não tivesse não estaria tudo tão bem assim.

Agora você vê, como a gente pode acreditar nessas coisas? Imagina a cabeça dessa criatura que depois de 'não-sei-quantos-anos' numa conversa, do nada fala sobre psicopatas...
claro que tudo é permitido numa conversa de telefone...
nessas conversas podemos dizer sem ter que olhar nos olhos e isso pode ser positivo em alguns casos... como essa coisa de psicopata, ainda bem que ele não viu minha cara de medo ao lembrar que já passei uma noite com ele e nem me viu com cara de horizonte tentando analisar sua 'índole'...