28.1.11

o abandonei alguns dias
por minha promessa de colorir as palavras
pelo sonho que a alma deveria sorrir.

Sorrir com todas as cores.

a prudência com doses de medo
me levou àquela rua estreita
podia ver pessoas das janelas de suas casas
jogavam flores mortas
quando o amarelo não era brilhante
e o verde das folhas um escuro de matiz indefinida.

passava dias de baixo de sua janela
podia apenas ver as cortinas
por tras delas as sombras
delineavam a forma da sua alma.

Ainda tão obscura, tão distante...

o que vi era reflexo
nos meus ouvidos frases
cores da unha com nome de café
eu sorria com os olhos
tu, desequilíbrio de minha moralidade.

Não poderia sequer me esforçar esquecer.


este ardor de amar em silencio
aceitação da forma virtual.

esperar o tempo necessário?
fato.
quando a sombra me amaria?
nunca.

a capital o tomou de mim
e tu nunca a deixastes
a mulher "pequena e bela"

Eu nunca fui sua pequena e bela.

continuo...
conforme ando
mais estreita, mais vazia
a rua ou a alma

espero...
uma cortina a se abrir
cores ou sombras

Não há o que dizer.

p/f.