18.8.08

coisas, apenas juntas

não vou escrever nada verdadeiro, tão pouco inédito.
mas algumas coisas precisam ser ditas,
e não importa se assim já o fizeram.
novamente me coloco a escrever um texto ou sentimento que se constroí aqui
e de cara lavada e sem vergonha assumo minha irresponsabilidade
e o medo de não ser interpretada da maneira que almejo.
Minha insegurança que se torna mais forte a cada dia e se entranha no desejo inconcebível,
está corroendo a esperança do "fazer certo" qualquer plano de ação.
No mais, espero que os significados dessa imagem torta
que me deixo refletir possam impressionar quantas pessoas conseguir.
O texto, a imagem, a conversa, a roupa, tudo
é friamente calculado e percebido como mais um
ponto caracteristico de formação de um eu desajeitado,
mas muito bem compactado nessa redoma e vitrine ambulante,
que sorrateiramente se perde entre rampas, escadas e pessoas pouco educadas.
A estranheza comum que ataca os fios do cabelo
deixando-os, em número maior, brancos.
O costume de roer a unhas, volta, sem dó nem piedade,
injusto, afinal foram longos dias deixando-as crescer.
Contudo pior que as mãos pequenas é apresentar canelas desproporcionais
ao corpo miúdo que impele ao outro um domínio e ensinamento dos prazeres físicos.
Confesso que a incoerencia que me permito aqui deixar,
não diz respeito a nenhum ser vivente.
Confesso que hoje me confessaram que
o companheiro perfeito foi perdido e a falta do sexo e do beijo,
ou do mais simples abraço o deixava desconcentrado
nas tarefas do dia e das atividades academicas.
Pobre amigo, eu não confessei que sentia o mesmo, nem o farei aqui.
Confesso somente que isto me atinge - e não necessariamente
porque estou na mesma situação,
talvez seja apenas porque gostaria de falar isso a alguem
mesmo que ainda não tenha experimentado tais experiências.
No fundo, a experiencia vivida pertence a um,
mesmo que ela só tenha sido possivel pela interação.
Quando me olho no espelho e reclamo com ele sobre essa espinha ou olheira
que apareceram subitamente na face,
estabeleço uma interação com um outro imaginado,
mas não quero escrever sobre isso, simmel já fez isso e muito bem.
O ponto é, toda essa corrente desencadeada por uma pequena frase
destaca um elemento que diria o principal: representação.
um dia deixo alguem ler isso em voz alta e interpretar aquilo que eu mesma não consigo melhor fazer.

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