13.8.08

impotência presumida

Dois rapazes sobem aquelas escadas do metrô, atrás deles, um homem, eu, logo após ele. De repente a confusão começa, um dos rapazes deixa uma bolsa no chão e corre atrás daquele homem, o outro rapaz com cara de interrogação olha a cena acontecer. O primeiro agarra o homem, o imprensa no corrimão da escada e dá-lhe socos de raiva, ódio. O homem corre, um rapaz o segue, o outro, observa. Eu observo [talvez essa não seja a palavra]. Eu presencio aquilo. Vejo as ações se desencadeando na minha frente, olho em todas as direções, com o intuito de encontrar algum agente de segurança. Mas não adianta, a coisa se fez, se deu e eu não consegui impedir que aquele homem fosse violentado. Eu não consegui, nem quem estava ao meu lado fez algo para tal. Passei por aquela roleta, com a respiração ofegante e um tom de desespero que sairia da minha boca se eu a abrisse naquele momento.
Que coisa idiota. O que é essa sensação?
Quando olhei para aquele homem por alguns segundos, percebi uma indagação que cortava sua feição... O que era aquilo? Porque aquele rapaz o batia?
Pode parecer ingenuidade de minha parte, mas ele não estava assaltando aquele rapaz, ele passava por ali, e só. Tenho certeza disso.
Não gostaria de ouvir a estória ou versão de ninguém, aquela expressão foi a máxima certeza transmitida a mim da frase: "eu não fiz nada"...
Ele apenas olhou para a pessoa errada.
Talvez outra o tivesse ajudado, não eu.
Esse eu que apresento agora, não tem ação quando é necessário, e o eu que penso ser não se comportaria assim, não se importaria com isso.

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