faz quatro anos, num domingo de manhã enquanto folheava a revista do globo parei no texto da martha medeiros, se chamava "todo o resto". a partir de uma frase no filme do cazuza ela consiguiu me fazer apaixonar pelo todo o resto da vida.
"existe o certo, o errado e todo o resto"
não importa o quanto de convenções que existe por aí, uma coisa é certa a gente se enquadra nelas, vive por elas, se conforta nelas. é supreendente o quanto mediocre podemos nos perceber quando um ser dotado de liberdade não age da maneira como esperamos, ou mais, quando não se comporta da maneira que nos comportaríamos na mesma situação.
sabe por que?
porque temos a necessidade de classificar as coisas. a coisa é errada ou certa. mas nem tudo é certo ou errado, existe muito mais entre essas duas formas de classificação.
é certo você respeitar o outro, dar passagem no transito, oferecer ajuda, não xingar o compaheiro, lembrar do outro quando vê algo que esse outro gosta, pedir "bença" ao pai e mãe antes de sair e falar o horário que vai voltar, citar os nomes dos autores que nos apoiamos para escrever, não copiar respostas das provas de sites, não confiar na wikipédia, retornar a ligação do outro, dizer bom dia, boa noite, boa tarde, comer de boca fechada, agradecer quando sair do elevador, programar o futuro, pagar as contas em dia, não sair com outro cara enquanto namora um...
uma imensidão de coisas certas.
não me darei o trabalho de escrever o que é errado, a essa altura você já entrou o clima do texto.
o resto sabe o que é? é toda sensação que não sabemos classificar. e você pode ter certeza que são muitas. muitas mesmo.
eu não sei me despedir. é certo? é errado? dole uma, dole duas, dole três: isso é o resto. tem que dar dois beijinhos? tem que encostar só a buchecha? pode dar selinho? é só o aperto de mão?
sacou?
simplesmente a vida pode ser bem mais. mais que classificações. mais que poucas desculpas. mais que planos. pode ser essa mistura incontrolada.
todos tem um ponto e algumas pessoas tem a mão certa. a minha é um pouco errada e por isso até o brigadeiro às vezes passa do ponto.
às vezes eu passo do meu ponto.
[cala a boca jaqueline]
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