22.4.09

Eu não poderia voltar atras de decisões que eu mesma elaborei e dei a você a portunidade de escolher a que agradava mais. Nem posso reverter o quadro, retorcer o caminho e mudar o rumo da prosa. Mas é que ontem enquanto a água quente me escorria pelo corpo senti a necessidade de olhar-te nos olhos e a impossibilidade fez dos meus próprios olhos despontar uma lágrima solitária, principalmente porque sei da sua fuga e das desculpas patológicas.

Não há confessionário no mundo ou ouvidos que já não tenham se compadecido de minha situação, contudo por dias a fio escondi até do amigo mais chegado os desejos da alma, porque eles passam por cima da minha vergonha, se estabelecem como estandartes, se constroem como se fossem exteriores a mim. No fundo sei que é amor próprio que me falta e doi concluir isto numa noite fria sem companhia ou vislumbre de tal.

Não posso continuar aqui, nem fingir que não quero o que quero. Eu sei que a combinação não é a melhor, que intelecto e estatura não se encaixam, que um futuro comum aos dois não será palpavel, sei que é burrice manter as coisas nestes termos... Queria era que tudo o que escrevo, tivesse um sentido de verdade, um modo de tornar-se verdadeiro por seu autor em vida, em corpo, em carne.

Se sentir fosse o mais importante eu mesma não racionalizaria meus sentimentos, nem me colocaria numa fogueira por tensões que confundem meus pensamentos.

Isto não é publico mas não vale a pena esconder.

Um comentário:

  1. seu texto é muito claro, tanto em intelecto quanto em estatura, é bastante visual, adoro lê-los e pensar, sentir, imaginar a mim/comigo ...
    beijo

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