eu sinto nojo, vergonha e pena de mim.
há algo que impede que as pessoas sejam sinceras comigo. há também uma dose forte de minha parte de um sentimento que não sei nomear - desconfiança, talvez, desapego.
procuro classificar estas sensações e não passa de um exercício medíocre.
medíocre tal como eu mesma.
sinto que cada dia que passa fico sem lugar, fico sem amor, fico sem vida.
escrever me machuca mais do que em qualquer outro, porque é um reconhecimento silencioso da minha incapacidade de ter neste outro o carinho que preciso.
me relaciono com pessoas distantes mas não sei se é por que eu quero isso ou não consigo ser diferente.
ando por demais triste, ansiando por estar naquele mundo que inventei e é confortável. longe de mim, de minhas referências e drogada... pelo menos assim as questões não me vêm a cabeça.
por que me exponho para um homem que por vezes demonstrou sentimento algum por mim, nem quando abortei um ser que era fruto dele também.
por que apostei minhas fichas em um homem que saboreia meu sexo pensando em outras mulheres.
por que tento olhar nos olhos de pessoas que apresentam de forma fraca e dúbia aquilo que deveria ser forte, chamada por alguns de amizade.
por que não consigo enfrentar a mim mesma quando penso que nada disso vale a pena.
por que não tenho coragem de acabar com isso
porque acho que vai passar, tudo vai passar
se fosse inseto era casca.
ResponderExcluircalendário interior no exterior das coisas a volta
tudo reflete o dentro
e fora, só verso
reverso do ser
avesso de sempre
destino certo
traçado
desconhecido
só palavras inconscientes e sinceras
mas incertas
saudações distantes
"a ave sai do ovo. o ovo é o mundo. quem quiser nascer tem que destruir um mundo. a ave voa para deus" Demian, Hermann Hesse
obs.: a referência é desprentensiosa, nada de citação.
ah despretenciosa... feito luva...
ResponderExcluirmuito obrigada pelas palavras.
um beijo com carinho que ainda resta aqui.