Estava andando na calçada, olhei para o chão e vi que um pedaço está quebrado. Me senti um pouco melhor, não é somente os sentimentos que se quebram e acabam, as coisas também. Por isso guardei com cuidado todas as lembranças, todos os recados, cartões e presentes, o amor... esse não deu, o tempo passou tão rápido que o levou junto. O vento bate no rosto e leva com ele os pesos e fardos. O tempo não é tão bom quanto o vento, as vezes ele te tira o que você não quer. Comigo foi assim mas chegou a hora de não se chatear com ele, vai passar a dor que as vezes aperta o peito. Se o tempo leva também traz porque tudo nesse mundo tem duas faces, até a gente.
18.2.08
16.2.08
Deitada
Imagina só como seria:
Ficaria deitada na minha cama esperando por... tudo.
E não seria ruim, quantas coisas a gente pode fazer deitado?
Ler, dormir, assistir filme, beijar e outras coisas mais.
Eu ficaria deitada lendo e tentando entender toda obra de Lévi-Strauss,
assistiria os filmes que meus amigos dizem que são bons mas eu nunca nem ouvi falar [e são tantos],
beijaria muito alguem, claro que quando o encontrar,
e dormiria depois,
dormiria e me esqueceria de pelo menos metade das coisas que li e assisti.
Que vida mediocre não?
Mas eu acho boa...
Bem... tirando a parte do esquecimento.
[Ps.: acabei o post com sono, vou esquecer metade do que escrevi, isso não é bom, eu não acho, alguem deve gostar do esquecimento, mas eu não, de repente isso é um trauma que tenho, vejo minha avó tomar café comigo e depois me perguntar: "- Quel, você já tomou o seu café?]
Ficaria deitada na minha cama esperando por... tudo.
E não seria ruim, quantas coisas a gente pode fazer deitado?
Ler, dormir, assistir filme, beijar e outras coisas mais.
Eu ficaria deitada lendo e tentando entender toda obra de Lévi-Strauss,
assistiria os filmes que meus amigos dizem que são bons mas eu nunca nem ouvi falar [e são tantos],
beijaria muito alguem, claro que quando o encontrar,
e dormiria depois,
dormiria e me esqueceria de pelo menos metade das coisas que li e assisti.
Que vida mediocre não?
Mas eu acho boa...
Bem... tirando a parte do esquecimento.
[Ps.: acabei o post com sono, vou esquecer metade do que escrevi, isso não é bom, eu não acho, alguem deve gostar do esquecimento, mas eu não, de repente isso é um trauma que tenho, vejo minha avó tomar café comigo e depois me perguntar: "- Quel, você já tomou o seu café?]
Assim
As coisas
acontecem
espontaneamente,
como aquela
frase citada sempre
por pessoas cheias de fé
"as coisas acontecem quando têm que acontecer".
Acho que não
conheço uma viva alma
que ainda não tenha ouvido isso.
Mas...
não seria
tudo mais fácil
se a gente pensasse
que as coisas são
realmente assim?
assim?
?
14.2.08
Simone de Beauvoir
"Ela havia tomado o seu banho. Depois , enquanto ela se arrumava na pia, tive um súbito impulso. Ela sabia que eu a havia fotografado, porque ouviu o clique da minha confiável Leika Model F. “Homem travesso“, disse ela."
Era 1952, ela tinha 44 anos de idade. Simone de Beauvoir é sem dúvida um icone feminista, e essa imagem causou polêmica, imagem que como muitos dizem revela a mulher como um objeto sexual. Ela estava no apartamento de Nelson Algren, um dos amantes mais famosos da eterna companheira de Jean-Paul Sartre.
Só uma coisa a dizer, esta mulher estava a frente seu tempo, dedicou seu pensamento à elucidação do caráter absolutamente artificial do papel sexual na sociedade.
A situação contemporânea da mulher, seus direitos, suas possibilidades, só foram possíveis através de um processo que essa mulher ajudou a realizar. Não sou conhecedora de sua obra mas não sinto nenhuma ameaça a ela, ao que pensa, quando a vejo arrumar os cabelos e despreocupada dizer em tom sarcastico: "homem travesso"... Isso é liberdade.
13.2.08
Por mais que você tente fazer alguma coisa decente nesse mundo você sempre cai na conclusão de que não dá pra ser bonita, inteligente, cinéfila, fotógrafa, boa filha, boa namorada, amiga, ser interessante, ter bom papo ou mais papo. Bem... não dá.
Algumas pessoas tem o dom da sacação entende?! é aquele dom de saber escrever aquilo que sente e o que sabe, algumas pessoas como eu, tentam, mas não significa que conseguem, escrevem uma vez na vida e outra na morte alguma coisa boa [ou seja, isso que eu to escrevendo agora, provavelmente não é bom - você está perdendo seu tempo lendo isso pensando que daqui pode sair algo produtivo].
Já tentei escrever comentários de filmes que assisto, mas confesso: acho dificil, até porque a maioria das pessoas que leem comentários de filmes, entendem um pouco sobre e só de pensar nisso minha coluna começa a doer (isso coluna... porque eu ficaria horas e horas combinando palavras).
Uma vez escrevi um texto sobre a escola de personalidade (Mead e Benedict) foi um fiasco... pergunto às vezes: "- por que será que escrevi isso [uma aula de teoria antropológica] para um blog?"
Outra: danei a fazer poesia, escrevia coisas que um dia podia ser chamada de arte (esse era o objetivo)... mas como na vida tudo passa, isso passou também, graças a Deus... opa peraí... Deus é um problema... problema... por que problema? Um dia acordei com a pá virada e a partir de então resolvi que não ia acreditar nele, mas é dificil não falar dele quando você tem uma mãe como a minha.
Depois de tantas tentativas frustratas, pela centessima vez criei um blog. Fiz até pesquisa pra saber que nome colocar, procurava alguma coisa interessante, aí lendo sobre performance encontrei essa palavra 'parfournir' - e antes que alguem pense que eu manjo alguma coisa de francês já vou dizendo: não, eu não entendo! tava escrito lá no texto algo parecido com isso: do francês antigo que significava executar, consumar. Daí, me diz se tem nome melhor?! O subtitulo ser, fazer e mostrar-se fazendo é só uma definição bem, mas bem ampla de performance. A criação do blog foi mas um desses desvaneios e mesmo que ninguem leia esse amontoado de sentimentos sem nexo que se desdobra em palavras e frases mal contruidas aqui está mais um texto.
Algumas pessoas tem o dom da sacação entende?! é aquele dom de saber escrever aquilo que sente e o que sabe, algumas pessoas como eu, tentam, mas não significa que conseguem, escrevem uma vez na vida e outra na morte alguma coisa boa [ou seja, isso que eu to escrevendo agora, provavelmente não é bom - você está perdendo seu tempo lendo isso pensando que daqui pode sair algo produtivo].
Já tentei escrever comentários de filmes que assisto, mas confesso: acho dificil, até porque a maioria das pessoas que leem comentários de filmes, entendem um pouco sobre e só de pensar nisso minha coluna começa a doer (isso coluna... porque eu ficaria horas e horas combinando palavras).
Uma vez escrevi um texto sobre a escola de personalidade (Mead e Benedict) foi um fiasco... pergunto às vezes: "- por que será que escrevi isso [uma aula de teoria antropológica] para um blog?"
Outra: danei a fazer poesia, escrevia coisas que um dia podia ser chamada de arte (esse era o objetivo)... mas como na vida tudo passa, isso passou também, graças a Deus... opa peraí... Deus é um problema... problema... por que problema? Um dia acordei com a pá virada e a partir de então resolvi que não ia acreditar nele, mas é dificil não falar dele quando você tem uma mãe como a minha.
Depois de tantas tentativas frustratas, pela centessima vez criei um blog. Fiz até pesquisa pra saber que nome colocar, procurava alguma coisa interessante, aí lendo sobre performance encontrei essa palavra 'parfournir' - e antes que alguem pense que eu manjo alguma coisa de francês já vou dizendo: não, eu não entendo! tava escrito lá no texto algo parecido com isso: do francês antigo que significava executar, consumar. Daí, me diz se tem nome melhor?! O subtitulo ser, fazer e mostrar-se fazendo é só uma definição bem, mas bem ampla de performance. A criação do blog foi mas um desses desvaneios e mesmo que ninguem leia esse amontoado de sentimentos sem nexo que se desdobra em palavras e frases mal contruidas aqui está mais um texto.
9.2.08
Olhando por uma janela
Ela estava indo para o cinema, sua impaciência se mostrava nas rugas da testa, mas ela não queria mesmo escondê-las, para justificar seu atraso inventaria um engarrafamento para o amigo. Ela olhava pela janela do ônibus o mundo que se movia ao seu redor e numa praça repleta de crianças jogando bola, observou um homem que caminhava com uma mochila nas costas, pensou ela que estaria chegando do trabalho, a expressão dele indicava um desespero escondido naquele olhar apurado de alguem que já teve um filho.
É isso, ele teve um filho, era lindo, era aquilo que ele um dia pensou que um filho seria, mas não foi. Aquele homem tranpareceu a agonia de alguem que perde, um perdedor nato, uma daquelas pessoas que fazem da vida uma projeção da espectativa de um outro, se deixa invadir pela vontade ser um feito por dois, coberto pelo amor e desejo de uma mulher, ele a amava e a perdeu quando mais a queria do lado para criar e educar aquele que seria o presente dos dois ao mundo. Ela morreu no parto, uma daquelas complicações em que você deve escolher quem vai viver, ela como uma mãe deu sua vida por aquele ser que carregava e tomara forma em seu corpo. Com ela foram os sonhos de ser mãe, de ser pai e o filho nem pode ser filho. A expressão de desespero daquele homem era de alguem que foi roubado. Roubaram não só dele mas de seu filho, a relação que seria, em seus planos, a mais leal.
As rugas desapareceram do rosto dela e se deu conta que o mundo não é bom e tambem não seria justo com a maioria das pessoas que ela via por aquela janela, as pessoas vivem, apenas isso.
Tudo mentira, ela que não foi justa com aquele homem que apenas procurava o filho no campo para levá-lo para casa e jantar em família com a esposa. Ela inventara aquele drama para transportar para aquele rosto aquilo que ela sentia, colocar naquela mochila um pouco do peso que carregava e pensar que sua vida era melhor, mais leve...
É isso, ele teve um filho, era lindo, era aquilo que ele um dia pensou que um filho seria, mas não foi. Aquele homem tranpareceu a agonia de alguem que perde, um perdedor nato, uma daquelas pessoas que fazem da vida uma projeção da espectativa de um outro, se deixa invadir pela vontade ser um feito por dois, coberto pelo amor e desejo de uma mulher, ele a amava e a perdeu quando mais a queria do lado para criar e educar aquele que seria o presente dos dois ao mundo. Ela morreu no parto, uma daquelas complicações em que você deve escolher quem vai viver, ela como uma mãe deu sua vida por aquele ser que carregava e tomara forma em seu corpo. Com ela foram os sonhos de ser mãe, de ser pai e o filho nem pode ser filho. A expressão de desespero daquele homem era de alguem que foi roubado. Roubaram não só dele mas de seu filho, a relação que seria, em seus planos, a mais leal.
As rugas desapareceram do rosto dela e se deu conta que o mundo não é bom e tambem não seria justo com a maioria das pessoas que ela via por aquela janela, as pessoas vivem, apenas isso.
Tudo mentira, ela que não foi justa com aquele homem que apenas procurava o filho no campo para levá-lo para casa e jantar em família com a esposa. Ela inventara aquele drama para transportar para aquele rosto aquilo que ela sentia, colocar naquela mochila um pouco do peso que carregava e pensar que sua vida era melhor, mais leve...
6.2.08
"la marisa monte"
Dia desses me veio o pensamento de sair, sair daqui entende? desse mundo estruturado, abandonar essas regras que te submete a tantas coisas, e ir procurar um universo particular, bem "la marisa monte", essa coisa mesmo de abandonar as referencias, estipular novos objetivos, conhecer outras pessoas, se sentir melhor e mais.
Falta coragem
caminhar sozinha talvez não seja a melhor maneira de mudar...
Prisão
Ele está aqui
Não me reconhece como dona,
Quer sair...
Nunca me pertenceu
Então ele pergunta:
- Posso sair?
Respondo com o olhar
O Romance do Pavão Misterioso
Eu vou contar uma história
De um Pavão Misterioso
Que levantou vôo da Grécia
Com um rapaz corajoso
Raptando uma condessa
Filha d'um conde orgulhoso
Residia na Túrquia
Um viúvo capitalista
Pai de dois filhos solteiros
O mais velho João Batista
Então o filho mais novo
Se chamava Evangelista
O velho turco era dono
D'uma fábrica de tecidos
Com largas propriedades
Dinheiro e bons possuidos
Deu de herança a seus filhos
Porque eram bem unidos
Depois que o velho morreu
Fizeram combinação
Porque o tal João Batista
Concordou com seu irmão
E foram negociar
Na mais perfeita união
Um dia João Batista
Pensou pela vaidade
E disse a Evagelista:
-meu mano eu tenho vontade
De visitar o estrangeiro
Se não te deixar saudade
(...)
Literatura de Cordel,
êta coisa boa!
De um Pavão Misterioso
Que levantou vôo da Grécia
Com um rapaz corajoso
Raptando uma condessa
Filha d'um conde orgulhoso
Residia na Túrquia
Um viúvo capitalista
Pai de dois filhos solteiros
O mais velho João Batista
Então o filho mais novo
Se chamava Evangelista
O velho turco era dono
D'uma fábrica de tecidos
Com largas propriedades
Dinheiro e bons possuidos
Deu de herança a seus filhos
Porque eram bem unidos
Depois que o velho morreu
Fizeram combinação
Porque o tal João Batista
Concordou com seu irmão
E foram negociar
Na mais perfeita união
Um dia João Batista
Pensou pela vaidade
E disse a Evagelista:
-meu mano eu tenho vontade
De visitar o estrangeiro
Se não te deixar saudade
(...)
Literatura de Cordel,
êta coisa boa!
Conversas mentais I
L-S: -Falar de regras e falar de significado é falar da mesma coisa.
KEU: é... são regras que regem os significados, tais significados são regidos por estruturas mentais que longe de serem desorganizados, possuem uma ordem que pode ser traduzida por elementos que são finitos...
PEN: finitos?
KEU: é, assim como se as diversas maneiras de, por exemplo, falar da criação da vida, não fossem tão diversas assim, que todas de alguma maneira sempre caissem nos mesmos ou parecidos elementos.
L-S: a cultura é algo mais complexo, além de ser individual funciona numa engrenagem social provendo ordem e ação ao individuo, por mais que se pense em algo do tipo social, o individuo não é excluido, e o significado que ele dá para suas ações está muito mais além daquilo que ele individualmente pensa.
PEN: como se o pensamento fosse forjado pelo social mas que ao mesmo tempo o individuo não se dá conta daquilo que ele mesmo faz
KEU: parece coisa de maluco mesmo - o cara age de tal maneira como se não refletisse sobre aquilo, como se o motivo de agir de tal forma fosse determinado antes dele nascer, por seus antepassados, aí quando o individuo se dá o trabalho de pensar sobre suas ações ele credita a ele mesmo a responsabilidade daqueles atos, sendo que ele não consegue ver que na verdade ele está sim agindo e pensando daquela maneira por ser moldado por algo maior, aquilo que está acima dele, quase que intocavel
PEN: então ele acredita estar pensando por ele mesmo mas seu pensamento é coletivo e quer ele queira ou não está sendo mais que influenciado por esse social.
L-S: calma meninas não tô dizendo que o social seja tão... tão... assim! só que ele tem uma ampla e brutal influência no individuo!
KEU: putz, tinha entendido errado então?
L-S: não ataque com tanta vontade menina!
PEN: realmente não deveria fazer isso...
KEU: peço desculpas amigo, mas você nem é tão bom assim
L-S: tudo bem, eu não pedi pra ser...
fim
um quarto, 13/08/2007, 02:11 am
KEU: é... são regras que regem os significados, tais significados são regidos por estruturas mentais que longe de serem desorganizados, possuem uma ordem que pode ser traduzida por elementos que são finitos...
PEN: finitos?
KEU: é, assim como se as diversas maneiras de, por exemplo, falar da criação da vida, não fossem tão diversas assim, que todas de alguma maneira sempre caissem nos mesmos ou parecidos elementos.
L-S: a cultura é algo mais complexo, além de ser individual funciona numa engrenagem social provendo ordem e ação ao individuo, por mais que se pense em algo do tipo social, o individuo não é excluido, e o significado que ele dá para suas ações está muito mais além daquilo que ele individualmente pensa.
PEN: como se o pensamento fosse forjado pelo social mas que ao mesmo tempo o individuo não se dá conta daquilo que ele mesmo faz
KEU: parece coisa de maluco mesmo - o cara age de tal maneira como se não refletisse sobre aquilo, como se o motivo de agir de tal forma fosse determinado antes dele nascer, por seus antepassados, aí quando o individuo se dá o trabalho de pensar sobre suas ações ele credita a ele mesmo a responsabilidade daqueles atos, sendo que ele não consegue ver que na verdade ele está sim agindo e pensando daquela maneira por ser moldado por algo maior, aquilo que está acima dele, quase que intocavel
PEN: então ele acredita estar pensando por ele mesmo mas seu pensamento é coletivo e quer ele queira ou não está sendo mais que influenciado por esse social.
L-S: calma meninas não tô dizendo que o social seja tão... tão... assim! só que ele tem uma ampla e brutal influência no individuo!
KEU: putz, tinha entendido errado então?
L-S: não ataque com tanta vontade menina!
PEN: realmente não deveria fazer isso...
KEU: peço desculpas amigo, mas você nem é tão bom assim
L-S: tudo bem, eu não pedi pra ser...
fim
um quarto, 13/08/2007, 02:11 am
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