13.12.08

troco a manhã por aquela melodia que ouço sair da tua boca
e vou desencilhar-me de vez
ser mais dócil e meiga
e um dia assumir os gostos

*
(não consigo escrever nada melhor agora)
pausa profunda e desapego pela própria criação.
ontem procurava um livro pra uma amiga e me deparei com aqueles vidas e obras do geertz, quase comprei e dei de presente a mim mesma, ando numa profunda crise que já faz dez meses e não consigo deixá-la. essa crise tem nome, é medo. medo dessa imprevisibilidade que me consome o peito. um dia serei independente e decidida de verdade. quando ter trinta anos espero que esses sejam adjetivos que sirvam a mim.

*

.perdoe minha pequena digressão.
*

esses gostos.
porque minha indelicadeza é como luz do sol
que entra pela janela naqueles dias quentes de verão,
sem ser convidada, incomoda
só os mais sensiveis encaram isso como um charme.

*
pena que homens não são sensiveis e a ciência já deve ter a resposta pra isso.
talvez alguma substancia que o corpo feminino produza em maior quantidade.
o meu deve produzir uma quantidade tal como a dos homens
acho o fim da picada gente mal educada,e ontem fui assim. grosseira. sem que e nem pra que.
podia a sensibilidade ter passado por entre as veias e ter finalizado a conversa com um sorrisso "meia-boca". não deu.
*
charme é algo tão intimo e subjetivo
escorre por entre os dedos alguma definição.
sem forma é a vida disponivel que vivo
encaro-a como uma fase.
*
podia escrever: uma fase que vai passar.
não quero, já disse isso algumas vezes aqui e ela nunca passa.
assim vou ficar sem palavra. desacreditada mesmo.
veja só que confusão não sei terminar minhas estrofes. vou deixar a cargo do leitor, como esse movimento de autoria inacabada. funciona na fotografia, no cinema, no texto, na arte, deve funcionar comigo também, autor, dono ou seja lá o que for.
*

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