14.12.08

é de fuder com qualquer um. meu sorriso nos últimos dias tem sofrido um grau de falsidade que poderia ser ignorado - mas não é. o poema, o ensaio, os números. essas sutilezas que me faltam resultam nessa condição que me encontro. alguém me disse que não deveria me preocupar tanto com os problemas [e não me debruço mesmo sobre eles] mas o poema, o ensaio, os números, eles, justamente eles, têm sido problemas não resolvidos. a confusão instaurada e o silencio que me imponho é justamente pra não sofrer por eles.

aliás ele se incomoda com o silencio, talvez nisso a gente não combina. mas vamos combinar, porque nada sem propósito funciona bem, é claro que não justifico a vida por um viés funcionalista, é o seguinte... amplitude demais deixa a produção barata, desimportante.

as leituras acadêmicas, os interesses profissionais, as roupas compradas, os escritos pessoais. o único elemento que os une é a variabilidade. a única certeza é que pertencem a ela (ou a mim). personagem que se elabora aos poucos, nos intervalos de uma tarefa e outra.

sacana até o dedo fazer calo. assim definiram ela e assim ela nunca se vê. assim eu também nunca me veria. criei uma personagem ontem e estou disposta a dar algumas alegrias a ela. o projeto não começou bem, era segredo - e aqui já falo dela pra alguém. nada demais. talvez uma história com um pontinho de verdade ou quem sabe, realidade.
ela é ela e eu sou eu.
preciso distanciar-me.
aqui, nada é biográfico, nem lá deve ser.

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inventei um livro sem nome
pros dias que o blog não pode abocanhar minhas idéias,
já que algumas realmente precisam ser escondidas e não guardadas.

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