durante algum tempo a gente acredita que a vida pode ser boa só que a gente se surpreende como ela se desenrola e se você vir a crença indo pelo ralo, sua a vontade de ver vai com ela. depois você se acostuma com o gosto misturado e transfigurado que as imagens formadas pelos variados dias e incontroláveis situações nos dão e quando menos imagina, está você esperançoso novamente e arranjado em um espaço tão velho e bem conhecido, com a melodia básica e a letra de massa na ponta da língua: "tudo vai dar certo", ou, "tudo passa".
o "tudo" não dá conta das sensações e peripécias com que a vida nos presenteia. as vezes o tudo é pouco e nem chega perto de uma definição satisfatoria. nem tudo passa e aqui reside o mais importante da experiencia cotidiana: o tudo não deve passar... se passar não aprendemos e caimos no erro de inúmeras maneiras diferentes. de resto o que passa não fica, o que passa marca pouco e rapídamente desaparece: é quando você tenta lembrar com quem assistiu aquele filme bacana pra caramba, ou quem dizia aquela frase que você repete agora como se fosse de autoria sua.
dá uma afobação no peito quando percebo que as coisas estão passando, quando o tudo se resume no momento oportuno de lembranças pequenas, e as sensações viram apenas estórias, ou quando o momento vivido vira um momento mágico...
desforma-se o bolo que solou. e ele é tão gostoso quanto aquele outro que o fermento fez crescer.
são os dois de gosto doce e o recheio é de libélulas com borboletas e abelhas que fabricam o mais puro mel. mas apenas algumas pessoas apreciam o bolo solado, a maioria morreria pra ver o outro crescido, aumentado. fui uma dessas e apenas quando dei-me conta que necessariamente não é assim, foi quando certifiquei-me que não é preciso que as coisas passem. me reservei o direito de liberar-me de minhas próprias imagens difusas daquilo que é sentir.
ai as minhas próprias imagens do sentir
e ai de mim quando reflito sobre minhas imagens do pensar
dúvidas e receios dão as mãos. a viagem pelo mundo se inicia e os sonhos de meia moça reconstroem o olhar imaturo mas bastante sensivel de quem está aqui porque não sabe por onde deve trilhar seu próprio rumo.
me prometo: não vou aperriar o corpo e mente. e por hoje chega.
gostei muito
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um bolo solado com café, hummm
rsrs
beijo