31.10.08

o chão roda se olho pra baixo
talvez seja melhor não ver,

porque dormir nem tem a ver com sono
parece um transe
parece distante

ligue, por favor, para um zero-oitocentos e peça ajuda pra mim.

26.10.08

203 VISUALIZAÇÕES DO FLICKR SÓ ONTEM - 25/10

acho que a partir de agora vou frequentar mais showsinhos com minha câmera [já que me falta outras cias]

é incrível como se desenvolvem as coisas. imaginei apenas chegar naquele teatro fazer umas fotos legais pois tinha tempo que não fotografava nada parecido com isso, sem contar que a vontade de fazer algo passou pelo corpo, sou movida à sensações.
nem gosto dela assim, nem conheço suas músicas, pra dizer a verdade acho até aquela voz um tanto comum, e cá entre nós, não sou chegada nessas cantoras mulher-macho.

aquela apresentação me chamou atenção para performance, e como tenho uma muda desse assunto plantado no fértil cérebro aqui, me cutuquei com essa experiência. aquelas caras e bocas, aqueles gestos, os comentários (da platéia e dela) me levam a conclusão mais uma vez dessa pouca vergonha da vida social.

puta merda, ando muito desiludida da vida e chego num momento que não vejo mais espontaneidade nas pessoas, só encenação.
isso não é ruim, só não é tão bom.
aquela palavra que não conhecia me trouxe aos neurônios algo que poderia dormir sem sentir.
a leitura involuntária daquele nome, o ciúme póstumo, a vontade de não saber do passado - ou ao menos não se importar com ele.
o conjunto desses pensamentos delimitam o meu espaço, marcam minha pequenez, destroem qualquer plano de conquista, fazem sofrer o peito e corroem até as frases elaboradas para o outro fazer rir.

palavra forte, que me dá medo
e ao mesmo tempo espectativas
mas a responsabilidade jogada ao alguem
que de apoio me serve é tão egoísta e mesquinha
que de fato me sinto medíocre

má sorte, desapego,
ciúme e desconforto


espero um dia nunca ver em alguem uma muleta
não é necessário encosto para a vida, só um companheiro

de tudo mais bonito que li, de todas as palavras de agradecimento escutadas, de todas as significações reconhecidas, convenções compartilhadas, esta, esta pequena frase me constrói uma ponte de desespero, que por debaixo corre o rio da ansiedade.

preciso apenas de um bom café.
não quero escrever nada intenso, já que nem minha vida se presta a esse adjetivo, por opção, não quero meus textos assim, quero-o leve, como uma pluma, livre.

25.10.08

porque vou te contar uma coisa
conversa pra boi dormir [ou estória mal contada]
tende a ser o pulo do gato, dominar as artimanhas

o que faço com você,
me diga, vai...
ou vá.
a mania de passar as mãos nos cabelos me incomoda,
prefiro aquela outra de apoiá-las no queixo.

mas deixemos isso pra depois
afinal de contas, quem sou pra dizer seja lá o que for...

22.10.08

o ato de organizar a vida deveria não atrelar-se às previsões astrológicas do site de esoterismo, ao invés, deveria ser um ato justificado pela vontade pessoal, própria e livre da vontade de manutenção de uma [qualquer] organização.

o que vejo como ponto de mistura dos fluxos de informação midíatica e informações interiores é o ato produzido sem ao menos uma reflexão contínua sobre ele. prefiro assim, e isto, já não é novidade para alguns.

mas o que me faz escrever cada palavra dessa
é a sensação de que apenas essa vontade organizada
não passa de desculpa esfarrapada pra esconder uma vontade desorganizada de o 'outro' ter.

não faço mais piadas, me disponho as tarefas cotidianas, sem graça, e por repetidas vezes disfarço a intenção, e por fim, finjo não olhar.

besteira pouca é bobagem.

um dia aprendo administrar melhor essas interações.

19.10.08

uma vontade súbita de escrever me ocorreu nesta tarde. falar sobre sonhos, desesperos, angustia, solidão, temas abstratos, sem paixão.

mas como todos podem intuir, o lerê-lerê dessa vida corrida está mais puxado que olhos de japas contra a luz do sol, e arranjar tempo para escrever aqui tem sido um verdadeiro chute nos baldes [ou textos, ou fotos, ou tarefas do lar]. rs

prefiro escrever sobre essas coisinhas que acontecem sem mais nem menos.
roer as unhas enquanto escreve um texto. pensar alto enquanto come um pavê delicioso feito por você mesmo. hoje cozinhei, fiz um frango com alho poró e um pavê de sobremesa, tem é tempo que não ouvia do meu pai um elogio culinário. mas é claro, me sacaneou no final - quanto a minha escolha do frango. sabe de uma coisa?! de fato, prefiro frango a carne. isso porque quando pequena minha mãe me fez comer frango duas semanas inteiras [segundo suas próprias palavras, lhe fiz passar vergonha na casa da amiga].

voltemos aos assuntos abstratos, ou então isso não seria um blog, escreveria no caderno marron de folhas recicladas [e mais caras que as normais] essas coisas.

não sei como encaminhar este texto agora, o simples fato de ter apenas sete minutos para escrever faça esse texto não ficar no nível [mesmo que baixo] dos outros. daqui seis minutos terei de tomar meu banho, colocar aquela roupa e pegar a mochila, aturar uma mãe chata e ser agraciada com os sorrissos daquelas crianças.

quando chegar do trabalho retomo este texto, talvez exclua essa parte.
e tento saciar essa vontade, pelo menos essa, que não depende de ninguem.

16:53
00:16

retomo do ponto que parei.

pensei durante fotografava aquela menina, seria interessante mesmo se a gente comprasse um livro que enquanto fosse escrito tivesse leitores. michel melamed teve essa idéia e a partir de hoje passo apoiá-la.
imagine:
você compra um cd, instala o software.
de agora em diante você é um leitor. toda vez que o escritor digitasse qualquer letra em seu computador pessoal, naquele arquivo, ela seria reproduzida em sua tela.
já pensou? coisa de doido.
enquanto passa kill bill na tv
penso em você...

rs

rima boa
pobre mas boa!

16.10.08

me entrego calmamente ao silencio que me consome.
busco o tal homem médio
daí não preciso usar salto alto.

14.10.08

sabe quando você dá conta da coisa feita [e principalmente a da não feita]?
pois é... fudeu tudo bem na mesma hora só que em dias diferentes
resta é levar as mãos à cabeça e suspirar:
não tem volta só um empurrão com a frase
- vai lá...


----

o ano foi de perdas
- o namorado
- a avó
- a gata
em ordem de acontecimentos

e a vergonha na cara?
essa já me faz falta a muito tempo.

12.10.08

naquele caderno marrom anotei observações pertinentes,
coloquei em palavras sentimentos
inventei estórias aleatórias
e disse sobre você...

relendo aquele caderno marrom percebi uma coisa:
três meses pode sim fazer mudar um estilo
provocar arrepios
destruir idealizações

porque pode não concluir, armazenar, purificar a alma
ler escritos passados nos deixa a sensação de burrada feita, ou acerto bem acertado,
quem sabe algo mais, burrada acertada e não finalizada, eis aqui textos incompletos.


agosto/2008

como pode ser pensar e agir ao mesmo tempo. aposto, essa é uma indagação comum que disfarça o cálculo frio do desejo e congela a reflexão aparente que qualquer outro causa.
ultimamente sinto que as emoções me afloram do corpo; e isso mais que qualquer coisa - ou maior que eu - pode dispensar um tempo que seria melhor investido em outro contexto.
posso discutir política, ou qualquer assunto, porque sou boa nisso, sou boa da cabeça aos pés, posso não compreender um assunto e posso fingir entender ou fingir ignorância - só pra me fazer inocente, pronta a escutar e deixar o outro falar e se mostrar mais interessante. se sentir mais interessante é ótimo. mas não gosto de você. nem do seu assunto. não posso te falar isso, uma pena.


julho/2008

eu não sei falar sobre as coisas que sei, apenas daquelas que sinto.
isso pode parecer absurdos para alguns, teatro para outros.
o fato é, não sou dessas que que se dá tão bem com os sentimentos, tão pouco com a performance necessária ao jogo social.

abril/2008

escrever é dar pistas de uma realidade da vida humana. imaginação é crer que isso é possível.

Um dia ainda pego essas frases e as torno coerentes, escrevo um livro, contrato um marketeiro filho da puta e ganho rios de dinheiro, isso será possível depois q descobrir um modo de guardar ideias e manter a boca bem fechada.

10.10.08

meu amor, meu bem me leve daqui
me dá uma mão,
uma canção

devolva meus olhos
o inventário dos sentimentos acabou
não se separe
espere
esperre .o.
esporro
esporo
sopro
spr
sp
ps.: você tem muito o que aprender.

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porque eu tenho medo até das linhas que você escreve
um beijo na minha casa,
um suspiro na cama
e a solidão uma aspirina não resolve

7.10.08

A percepção de uma mensagem visual se dá com o aprendizado dos códigos de leitura e por estruturas mentais. A primeira se ampara nos padrões culturais e a segunda em leis inatas, vislumbrando o subjetivo na relação espectador e imagem, relação esta de premissas indutivistas atada a tais estruturas.

estou profundamente confusa

estruturas quais

6.10.08

minha cabeça está doendo muito e eu tenho certeza que é essa sensação de estar só que me causa dores físicas. quero apenas olhar de perto alguem e fazer aquilo que não consigo dizer, pelo simples fato de não possuir tal habilidade.

não posso falar de amor, não fui feita pra isso.

4.10.08

Oficina de fotografia na aldeia - 10/09/2008


Retrato P&B de Seu João


"Vovô me contava histórias do que aconteceu sobre o primeiro que descobriu o Brasil, o Pedro Cabral.
Não sei ao certo, diz que naquele tempo nós índios nem conheciam o branco. Então diz que um dia apareceu um barco grande que vinha chegando.

O índio sentiu medo, pensou que fosse bicho e atirou com flecha, naquele tempo o Guarani tinha flecha. Flecha não faz nada, bate e voa por cima do barco, que quando encostou na praia, aí saiu gente.
Então o índio conheceu o branco. O índio atirou porque nunca tinha visto antes aquilo, mas quando viu o branco sair do barco, aí parou. Então o branco chegou, viu o índio e bateu uma foto”



(Relato de Seu João, cacique da aldeia Sapukai em
"As divinas palavras: identidade étnica dos Guarani Mbya" de Aldo Litaif. )